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sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Estudo: Omissão e Negligência


"O QUE MAIS PREOCUPA NÃO É O GRITO DOS CORRUPTOS, DOS DESONESTOS, O QUE MAIS PREOCUPA É A OMISSÃO DOS BONS."
MARTIN LUTHER KING.

A Omissão e a negligência são, em minha opinião, os pecados mais faceis de cometermos. Para que eles ocorram você não precisa de um pensamento maquiavélico (pelo menos não sempre), nem de um plano mirabolante, nem se esconder ou trancar a porta do quarto. Você não precisa da ajuda de outra pessoa e quase sempre você os comete sem nem perceber. Para ser omisso ou negligente é simples: basta que você não faça nada. Ao invés de pecar por ação, você o faz pela inação. Desconfio que os conceitos de omissão e negligência são amplamente conhecidos por todos os que estão lendo este texto. Além de pecados, são também crimes reconhecidos pela nossa constituição. A omissão, no direito, é a conduta pela qual uma pessoa não faz algo a que seria obrigada ou teria condições. A omissão de socorro ou a negligência de pais com relação a filhos têm consequências legais e são tratadas como delitos. O objetivo da lei está relacionado ao que Tiago escreve: “Portanto, aquele que sabe que deve fazer o bem e não o faz nisso está pecando” (Tiago 4:17) e encoraja a solidariedade humana. Levando em conta o fato de que até a “lei dos homens” atesta a omissão e a negligência como erros morais, gostaria de me aprofundar em algo que considero muito mais grave: A omissão e a negligência da salvação. O autor de Hebreus nos fala sobre um perigo ao qual todo cristão está sujeito: negligenciar a própria salvação (Hebreus 2:3). A Graça de Cristo é tão completa e “de graça” que muitos acabam “paralisados” por ela. Muitos se apegam à idéia de que Cristo já fez tudo quando se sacrificou na cruz e, após se converterem passam a fazer muito pouco ou nada a respeito de sua salvação. Não procuram possibilidades de servir ao próximo e à igreja, perdem grandes oportunidades de mostrar o evangelho para o mundo e se contentam em buscar e conhecer muito pouco a Deus. Estão em uma situação confortável e não desejam sair dela. Não foram poucas as vezes em que me abstive de cumprir o meu papel como Cristã nesse mundo. Omiti o Jesus de minha vida, não fui luz nem sal. Falhei como agente da “grande comissão” (Mateus 28:19). Escolhi a saída mais fácil e confortável e não fiz absolutamente nada do que sabia que deveria ser feito. Dificilmente um estudante com o primeiro lugar na fuvest omitiria essa informação de seus amigos e familiares. O vencedor de um Oscar não esconderia o homenzinho dourado no fundo de seu armário. O que alcançamos no nosso encontro com Cristo (a vida eterna) é muito maior do que todas estas coisas. Por que então negligenciamos e omitimos isso tantas vezes? Será por vergonha, preguiça, egoismo? A não-omissão e a não-negligência da Verdade que conhecemos é pertinente à nossa salvação. Seja por meio de palavras ou ações, todo cristão é chamado a obedecer a Deus e agir: “ Mas de vós, ó amados, esperamos coisas melhores e coisas que acompanham a salvação, ainda que assim falamos. Porque Deus não é injusto para se esquecer da vossa obra e do trabalho da caridade que, para com o seu nome, mostrastes, enquanto servistes aos santos e ainda servis. Mas desejamos que cada um de vós mostre o mesmo cuidado até ao fim, para completa certeza da esperança; para que vos não façais negligentes, mas sejais imitadores dos que, pela fé e paciência, herdam as promessas.” (Hebreus 6:9-12) Enquanto omitimos a Verdade que nos levou da morte para a vida, dezenas, centenas (milhares?) de pessoas continuam caminhando em direção ao inferno. A construção do Reino fica mais lenta, o Corpo de Cristo fica inativo, inanimado.  Meu desafio é que façamos o possível para que nossa geração não seja lembrada (ou esquecida) por sua omissão, mas que nos levantemos como Corpo ativo, que cuida bem da Verdade que tem em mãos. E isso começa em você e começa em mim.
Escrito por Fernando Ortega

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